A alimentação humana não serve apenas para a nutrição, mas também está ligada ao nosso mecanismo de prazer cerebral e comportamental. Estudos científicos em animais e humanos trazem crescente evidência de que o sistema de recompensa cerebral pode estar desregulado em alguns casos de pessoas obesas, com transtornos alimentares e, mais recentemente, dependência de comida (DC) – de forma similar ao cérebro de dependentes químicos.

A hipótese é que alguns alimentos ou ingredientes adicionados podem provocar processos aditivos em pessoas suscetíveis, especialmente alimentos processados com alta concentração de gorduras ou açúcares. Como consequência, algumas pessoas passam a consumir esses alimentos de forma a perceber uma redução da própria capacidade de controle sobre o consumo; queixam-se de dificuldades de reduzir ou de parar de consumir ou permanecem consumindo apesar dos prejuízos.

Critérios Diagnósticos propostos baseados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)

  • Manter padrão problemático de consumo de alimentos, levando a sofrimento significativo em um período de 12 meses;
  • Fissura ou forte desejo de consumir alimentos específicos;
  • Continuar consumindo alimentos em excesso, apesar de problemas sociais ou interpessoais recorrentes causados ou piorados por efeitos de alimentos específicos;
  • Importantes atividades sociais, profissionais ou recreacionais são abandonadas ou reduzidas devido consumo excessivo de alimentos;
  • O consumo excessivo de alimentos é mantido, apesar da consciência de ter problemas físicos ou psicológicos persistentes ou recorrentes, que tendem a ser causados ou piorados pelo excesso alimentar.

Principais Características da Dependência de Comida:

  • Associada a sobrepeso ou obesidade
  • Mais frequente entre pacientes com transtornos alimentares
  • Mais frequente entre mulheres
  • Mais frequente entre maiores de 35 anos

Tratamento

Percebendo-se a associação da dependência de comida com sobrepeso e obesidade e o ambiente obesogênico, torna-se necessário considerar estratégias de intervenção para o tratamento destes pacientes com dependência de comida: medicamentosas, nutricionais, psicoterapêuticas e em políticas públicas.

O Dr. Edgar Oliveira coordena grupo de trabalho no IPQ-HCFMUSP que promove tratamento grupal de nutrição comportamental e psicoterapêutico para pacientes identificados com dependência de comida. É especializado, portanto, no diagnóstico e tratamento de compulsão alimentar e DC.

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